O retorno

2018 foi um ano muito especial pra mim. Depois de ter morado 2 anos e meio nos Estados Unidos, retornei ao Brasil. Parece ter sido pouco tempo, mas deixei muita coisa pra trás: amigos, carro, apartamento, facilidade de viajar e por aí vai. Mas ao retornar também ganhei muitas coisas: meus velhos novos amigos, diploma, a energia e alegria brasileira e principalmente minha familia!

A readaptação foi melhor que imaginei. Acho que pelo fato de estarmos tão certos do que queríamos, foi e é difícil algo do Brasil “nos tirar do sério”. É claro que são varias as coisas em que lá se sobressai em relação a aqui: a educação e honestidade das pessoas em geral, a qualidade do serviço publico, o trânsito, transporte público, segurança e etc. Mas mesmo tendo aqueles momentos de “nostalgia boa” de lá, ainda assim não foi suficiente para me fazer, em nenhum momento, arrepender de ter retornado.

Estão fazendo 5 meses do nosso retorno e ainda está na fase de acertar as coisas, mas voltei com um olhar que cada dia, em pequenas boas e bonitas coisas, eu vejo o quanto aqui é meu lugar. 

Como já dito em textos anteriores, eu e o Daniel trabalhávamos completamente fora da nossa área e em coisas que não gostávamos, talvez isso machucou e marcou muito a gente. Já me peguei varias vezes tendo pesadelos que ainda estava trabalhando lá. 

Uma outra coisa que acredito que me machucou muito foram as pessoas. Os americanos são muito fechados (no geral) e acabávamos nos apegando mais aos brasileiros.

Conhecemos pessoas que levaremos pra vida inteira, mas também conhecemos aquelas que nos ensinaram a como não ser e a como não agir. Me dói muito saber que em um país que estão todos no mesmo barco, todos sozinhos, todos na luta, ainda ter que se preocupar e decepcionar com aquele “único” que você achou que poderia contar. Aqui no Brasil (e em qualquer lugar) também existem decepções nos relacionamentos, mas aqui você não está sozinho! 

Enfim... uma experiência que me mudou por completo e que aconselharei sempre: more fora! Só assim você enxerga realmente o que é prioridade para você e o que você está disposto a fazer para manter essa "ordem de prioridade". 

Cada um se descobre de uma forma e eu descobri, nesses últimos anos, duas coisas:

- Que eu quero e GOSTO de aplicar minha experiência profissional e conhecimentos do meu curso no que eu faço no meu dia a dia. Me sentir útil e importante em algo que estudei para aquilo.

- E que realmente nasci para viajar e conhecer lugares novos e maravilhosos (quem não quer né?!) mas que eu tenha sempre o aconchego da minha terra, familia e amigos de verdade para voltar... sem titubear!